sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O que é moeda social?

Moedas Sociais são moedas não-oficiais, utilizadas por um certo grupo, como um clube, ou por participantes de eventos, geralmente para troca de serviços ou produtos.


moeda social surge na economia solidária como alternativa ao escambo, e possui características próprias. É considerada um instrumento de desenvolvimento local, destinada a beneficiar o mercado de trabalho dos grupos que participam da economia da localidade. Seu uso é restrito, e a sua circulação beneficia a redistribuição dos recursos na esfera da própria comunidade. O aumento da quantidade de moeda social corresponde ao aumento das transações realizadas pelos participantes da economia local. Sempre observando o lastro (para cada moeda social uma moeda oficial do mesmo valor).

Sua criação se inspira nos conceitos da economia solidária de articulação e trocas da economia, na produção e comercialização de produtos que vai além da lógica capitalista, por beneficiar a comunidade local e trazer desenvolvimento. A moeda social, por sua circulação restrita, auxilia a diminuir o poder centralizador da economia capitalista globalizada, e promove a inclusão social.
Moeda social local em circulação, também chamada de "moeda local" ou "moeda social", é uma moeda complementar ao real do Brasil e criada por cada banco comunitário. Os bancos oferecem empréstimos em quantidades pequenas em reais e também na moeda local, que circula somente dentro do bairro. (A moeda social do Banco Palmas é a "palma, " por exemplo. Cada comunidade tem as próprias moedas com os próprios nomes.) Uma unidade de moeda local é igual a um real, e ambas as moedas podem ser trocadas livremente a qualquer hora. Incentivos locais para comerciantes e consumidores existem para usar a moeda local (por exemplo, a oferta dos descontos aos usuários.)
A moeda social dirige a fazer o "dinheiro" circular na comunidade, ampliando o poder do comércio local, aumentando a riqueza da comunidade, e gerando emprego e renda no total. A moeda social, portanto, torna-se um componente essencial nas estratégias dos bancos comunitários. Os créditos podem ajudar no crescimento econômico do distrito ou região através da criação da nova riqueza. As moedas locais garantem desenvolvimento, promovendo que a riqueza circule na própria comunidade.
A Rede Brasileira de Bancos Comunitários inclui atualmente 52 bancos (em março de 2011) em todo o Brasil. Cada um foi criado com a experiência e o apoio do Banco Palmas. Um banco comunitário não é uma divisão de um banco central; é parte de uma rede, segundo a referência e os métodos de trabalho comuns definidos pela Rede Brasileira de Bancos Comunitários. Veja as informações básicas seguintes sobre os bancos comunitários de desenvolvimento:
O que é um banco comunitário de desenvolvimento?
Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs) fornecem serviços de finanças solidárias em uma rede associativa e comunitária, voltada para a geração de emprego e renda, tendo em base os princípios da economia solidária.
Bancos Comunitários de Desenvolvimento (acima: mapa dos existentes no país hoje)
Quais são as características principais de um BCD?
  1. A comunidade mesmo decide criar o banco, agindo como o seu próprio gerente e proprietário;
  2. Sempre atua com duas linhas de crédito: uma em reais (R$) e outra em moeda social circulante;
  3. Suas linhas de crédito estimulam a criação de redes de consumo e produção locais, promovendo o autodesenvolvimento do bairro;
  4. Suporta as empresas como uma estratégia de comercialização (lojas solidárias, feiras solidárias, escritório central de comercialização, etc.);
  5. Atua em áreas caracterizadas por exclusão e desigualdade social;
  6. É destinado para um público caracterizado por vulnerabilidade social, em particular os beneficiários dos programas governamentais;
  7. Tem ter a intenção de tornar-se sustentável financeiramente em curto prazo, obtendo subsídios justificados pela sua utilidade social.
Qual é o objetivo de um BCD?
Para promover o desenvolvimento de áreas de baixa renda através da criação de redes locais de produção e consumo. Ele opera com o apoio das iniciativas econômicas da economia solidária, tais como empresas sócio-produtivas, provedores de serviços, apoio para iniciativas sócio-comerciais (mercados, feiras de solidariedade), e organizações de consumidores.
Qual é a estrutura de gestão de um BCD?
CDBs são gerenciados dentro das estruturas das organizações comunitárias (associações, conselhos, fóruns, etc.) e outros tipos de iniciativas da sociedade civil que são reconhecidos dentro da comunidade, tais como sindicatos, ONGs, e igrejas. Sua gestão envolve uma dimensão compartilhada com componentes fortes de controle social local, com base nos mecanismos da democracia direta.
Como é que o financiamento de um BCD?
O financiamento dos BCDs é feito através do acesso a recursos públicos, bem como um fundo de solidariedade para investimentos comunitários. Este fundo é formado a partir de várias fontes: privado, doações pessoais ou de fontes legais; taxas de adesão (de entidades privadas ou legais), serviços comerciais (desde que eles não enfrentam nenhuma concorrência); e outros tipos de serviços fornecidos.
Quem são os clientes potenciais principais dos BCDs?
Devido à sua condição como uma iniciativa de cidadãos voltada para o desenvolvimento do bairro, BCDs são destinados a um público caracterizado por vulnerabilidade social, em particular incluindo (mas não limitado a): mulheres, jovens, comerciantes, empreendedores, etc .
Qual é a capacidade dos BCDs?
Para permitir que a metodologia funcionasse corretamente, BCDs operam principalmente nas comunidades de até 50.000 habitantes. É possível ter mais de um BCD funcionando na mesma comunidade ou bairro.

Um comentário:

  1. Sergio, se você estiver acompanhando a celeuma em torno da Midia Ninja e do Fora do Eixo,onde Pablo Capilé está sendo alvos de várias denúncias há uma semana, me diz se o tal cubocard ou a tal patativa deveriam estar enquadrados como BCDs e registrados nessa Rede de Bancos Comunitários? Ou, se ainda assim, qualquer coletivo cultural pode lançar artifícios que funcionem como moeda de troca de serviços/cachês?

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